terça-feira, 19 de maio de 2009

Caminhos.


À Sávio Drummond, poeta e cidadão impar no mundo.


Um dia chego lá, senhores.
Como cheguei às trompas de minha mãe,
Encontrando a outra parte perdida entre tantas
Que aguardaram, e foram descartadas.
Mas estes lugares, amigos, senhores,
Não são como os que imaginam,
Sempre veludosos e reluzentes
Nem, muito menos, medidos
À pó de ouro e sobras de cifrões.
São outras as minhas paixões,
Outras as fontes de tristeza
São outras canções que despertam o coração.
Este lugar, dentre tantos que vou passar
Requer botas grossas para os pedregulhos,
Braços longos para os adeuses,
Estomago forte e olhos atentos
Pois os sentimentos falam e resvalam,
Afloram em revoltas primaveris
Devastando de vida o corpo inteiro.
Escafandrista, mergulho em mim,
Nas mais escuras trevas. Vejo,
Ao fundo dessa caverna inundada,
Uma luz desenhada pelo sol,
Trazendo à tona uma alma
Nunca antes perdida.

Hei de fecundar-me, senhores.

(Dimitri Padilha, em frio conquistense).

terça-feira, 5 de maio de 2009

Eu passarinho.


05/05/2009


Passarinho leve como vento
Caminha sobre nuvens
Encantando pensamentos
De quem segue com a brisa
Nessa vida louca, esvaída,
Descansa no meu dedo
Dedica-me uma canção
Arranca este pranto,
Costurado em solidão.
Leva-me às nuvens,
Cola estas asas em meus braços
Faz-me passarinho como tu,
Quero voar, preciso voar,
Invadir todo esse azul
De mãos dadas com você
Onde não possam nos ver
Subamos para o alto,
Para o além do alto
Cair do baixo não me agrada
Subamos sem medo
Além das nuvens
Para o imensamente alto,

(Dimitri Padilha)