sábado, 21 de abril de 2012

Amor-Paixão.



Amor é música clássica,
paixão é jazz, tango.

Assim, amo quando a brisa
em clara noite perfumada
abranda o mar, e os corpos
mornamente entrelaçados
adormecem vigiados pela lua.

Quando paixão, os ventos mudam,
entra a viração, o leste devastador.
O mar apesar de azul é revolto,
lua cheia, tempestades solares,
e os corpos não se entrelaçam, fundem-se
um ao outro, numa ânsia de sede incurável.

O amor é outonal, é um sereno
caminhar por sobre folhas secas,
é entardecer-se.

Paixão é criação volátil, é um matar-se
dentro de si a cada instante, em revoltadas
ondas primaveris.

A paixão é o amor criança.


(Dimitre Padilha – aos 18 dias de Abril)

3 comentários:

  1. Belíssimo poema, belas imagens e sentimentos. Parabéns, poeta.

    Renato Ribeiro.

    ResponderExcluir
  2. Associar o jazz à paixão é enobrecer a paixão. Em termos de trilha sonora não há como negar: o jazz é a trilha da transcendência, seja ela qual for... Um abraço. João Paulo.

    ResponderExcluir
  3. Obrigado amigos Renato Ribeiro e João Paulo.

    ResponderExcluir