À Jorge de Souza Araújo, professor e poeta.
Não falo em chão, porque há muito não os sinto sob os pés.
Tenho pernas arrancadas, olhos que enxergam escravizados,
Boca e língua liquefeitos, sublimados.
Tenho no peito uma Supernova que aquece e resfria,
Pulsando a cada dia no imenso vácuo, sugando o que há de palpável
Nesse espaço acabado, degradado, isento, superficialmente sensibilizado.
Não me refiro aos braços amputados (ainda os vejo sobre a mesa)
Que sempre estiveram calados ao contato hansenico,
Ao cheiro suado de lençol insone sob luz apagada,
Da lua esquecida por poetas vivos, mortos a cada dia.
Hoje são os becos que caminham os homens,
Solitariamente acompanhados num arrastão de pessoas
Que não se vêem.
Pára humanidade, não caminha mais.
(Dimitri Padilha)
Bem vindo ao mundo dos bloggers!
ResponderExcluirEm primeiro lugar, parabenizo-lhe pelas tão soberbas palavras. Belo e cru.
Ao tempo que lembro de minha história com os blogs que começou sem ambição e hoje é pra mim uma terapia quiçá muitas vezes um desabafo.
beijos! e recomendo vc no meu!
Padilha gostei muito do estilo de sus poesias!
ResponderExcluirAbraço!
Joselito dos Reis
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